quinta-feira, 15 de março de 2012

As pedreiras (dentro) de Boleiros

O caso das pedreiras dentro de Boleiros, não sendo antigo, está a tomar proporções de escândalo. Porque a laboração se intensifica, porque palmo a palmo as pedreiras vão tomando o lugar de áreas de cultivo e também de casas e lojas que vão comprando e muitas estão já abandonadas.
Por convite/convocatória de habitantes da povoação, fomos ver a situação.Há um processo em curso, lento e quase clandestino (até porque, das 4 pedreiras nuama área de ceerca de 80 mil metros quadrados duas das pedreiras em laboração não estão licenciadas e a licença de uma outra é de 1988, ver acta da Câmara Municipal de 21.02.2012), em que a população vai respirando um pó nem tão invisível como isso, vai ouvindo um ruido não tão grande que ensurdeçamas decerto nocivo, vai vendo o seu espaço dia a dia menos habitável. Uns desistem e vão-se embora, outros que aqui puseram as suas poupanças de emigrantes, e construiram casas para as reformas, perderam vontade de o fazer. 
A pergunta a roçar a angústia é o que fazer?, a quem recorrer?, que vias usar? Até porque, a título individual, as queixas são muitas, vários contactos têm sido feitos, embora haja também quem pareça indiferente ao ar que respira ou espera uns centos de euros para trocar de terra.
É uma povoação em perda. Com jardim infantil, lar de idosos, actividade desportiva e cultural. Em processo de desertificação perante o desespero de uns e a apatia (aparente) de outros.

Num blog - aventar - além da foto, pode ler-se uma mensagem que aborda o tema numa perspectiva que merece ponderação, e reflecte os esforços de alguns que não se resignam a ver a sua terra transformar-se numa enorme pedreira, como facto consumado e sem sequer cumprir preceitos que as responsáveis autárquicos e centrais têm a obrigação de fazer cumprir. Pode ser visto aqui.
A "solução" não se pode confinar à aprovação, em sede de câmara municipal, de mudanças de trânsito e colocação de respectivos sinais, como parece pretender-se na referida acta de 21.02.2012!

Claro que voltaremos ao assunto, embora tudo dependa da vontade e da mobilização da população junto dos orgãos para cuja eleição contribuiu!

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